| dos balanços...


finalmente, o ano termina... sinto-me uma prisioneira a contar os dias que faltam para me libertar deste ciclo que chega ao fim. não vou dizer que foi um ano desafiante, como é hábito ouvir das bocas dos coaches da vida. não. tão pouco foi um ano complexo. foi um ano fdp. só e tudo isso.

palavras-chave do ano: cansaço extremo constante, luta, esgotamento, dor, mais luta, desespero, resignação, estagnação... e apatia - porque não restam forças para mais.

ah e tal, mas a alimentação? e o exercício físico? e a porrada de ferramentas que tens para contrariar tudo isso e que sabes que funcionam porque já as usas há mais de uma década? - pois... não sei. não sei mesmo.

como explicar esta fadiga que me tolhe a vida?

tu, simplesmente, esqueces que existe algo (a tal da porrada de ferramentas) para além desse casulo de dor em que tu te encontras (dor, porque este tipo de fadiga sente-se em forma de dor que queima a carne). nem te lembras de te alimentar melhor ou de fazeres uns alongamentos por causa desse esgotamento implacável que tu não podes controlar, independentemente do quanto tentes. aliás, a fadiga extrema é o resultado dessas tentativas... dessa luta constante do dia-a-dia. para dormir, para acordar, para levantar, para tomar banho, para vestir, para trabalhar, para falar, para sorrir, para viver. cansas-te porque te esforçaste demais a combater esse cansaço.

and again... porque sequer tentei reverter a situação? porque sinto o meu corpo (a minha alma) esvaído, drenado. não tem mais força, nem mesmo para se proteger e curar a si mesmo.

o meu corpo (a minha alma) está quebrado, defeituoso. quer (muito) desistir. ser engolido pelos cobertores e lá ficar (mas até isso dói. sim... estar deitada dói. tanto ou mais que estar em pé ou sentada ou viva).

com as escassas forças que ainda restam, o meu corpo (a minha alma) tenta só mais um dia, só mais hoje, só mais agora. mas a fadiga rege todo o meu eu. essa fadiga causada pelo combate incessante a essa condição em que encontro, essa inflamação que me queima viva durante horas, dias e noites a fio.

essa fadiga que me impede de ser quem eu sou. fadiga que provoca uma disfunção cognitiva e a uma perda (brutal) de memória. fadiga que transforma uma simples frase, num emaranhado de sons com as palavras sem nexo e momento mortos porque falta-me a palavra... a palavra que consegue transmitir a ideia... que ideia, mesmo? esqueci o que estava a pensar, do que estava a falar.

(onde estou?)

fadiga que está comigo quando vou dormir e está comigo quando acordo (isto, se chegar a adormecer). o meu corpo está cansado de combater esse estado de doença em que se encontra. estou cansada. cansada, dessa realidade de 24/7/365. este sentimento de ter acabado de terminar uma maratona. ou de ter sido atropelada por um camião, só por respirar, por tomar banho.

passar por um estado de doença é imensamente cansativo. porque ser saudável, para quem não o é, torna-se um esforço contínuo. tudo tem de ser planeado e policiado: o que comes, o que pensas, o que dizes, o que não dizes e ficas a remoer, o que assistes, o que sentes, os teus movimentos, o teu dia-a-dia, o teu minuto-a-minuto, o teu segundo-a-segundo. e, pá... isto esgota uma pessoa. a certa altura, entregas-te. porque há momentos assim. em que viras a mesa e mandas tudo para a pqp. assim. tal qual.

este ano que passou foi um ano fdp. e eu sinto que estou a queimar os últimos cartuchos. já nem mais me arrastar, consigo...

mas vem aí o meu aniversário

e a cada aniversário toda a nossa energia vital renasce e é renovada porque o ciclo que termina encerra, consigo, as energias das experiências vividas até aí e porque a espiritualidade nos presenteia com esta nova força que tanto necessito. força para rever, reavaliar, redefinir caminhos para recomeçar.

o meu ano novo está a chegar. o dia mais sagrado do ano (do meu ano) aproxima-se. e eu preparo-me para receber essa nova energia pois "esse é um tempo para resgatar a energia vital. para recordar e renascer. para meditar e conversar com a Alma. para receber com calma e humildade a bênção da energia espiritual renovada".

o meu ano novo está a chegar. e com ele, a esperança de que tudo o que eu estou a passar agora, hoje, neste momento, vai passar. porque isso também passa.


(nunca me custou tanto a escrever como hoje... desculpem lá as ideias poucos claras e os erros de ortografia, sintaxe, concordância e por aí...)

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