| osteoporose?
Corresponde à doença que popularmente se associa à “descalcificação dos ossos” mas que, realmente, corresponde a uma diminuição da massa óssea com o consequente aumento da fragilidade do osso que assim fica mais susceptível de se partir. A fractura é de facto a consequência final da OP-doença.
As fracturas podem ocorrer na coluna, levando à típica imagem da mulher ou homem curvados para a frente, mas também nas costelas, no punho e na anca. São aliás estas últimas as responsáveis pela mortalidade acrescida nesta doença, que a coloca como 12ª causa de morte nos EUA onde 1 200 000 fracturas osteoporóticas ocorrem todos os anos.
Só na Grã-Bretanha estimam-se em 220 000 o número de fracturas anuais por osteoporose, das quais 45 000 são da anca.
Para lhes dar uma noção mais exacta citarei dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estima só em fracturas da anca, a nível mundial, um aumento desde 1990, de mais de um milhão e seiscentos mil casos. Atingirá o valor astronómico de mais de seis milhões de fracturas em 2050 se, entretanto, não se encontrarem estratégias preventivas adequadas.
Em Portugal, o risco de uma mulher ter uma fractura por osteoporose ao longo da vida é de 30%, sendo que metade é de fracturas do fémur.
Cerca de metade das mulheres com mais de 50 anos terão uma fractura ao longo da vida devido à osteoporose, (mais frequentemente na coluna)!
Factores de Risco
Os principais factores de risco para a OP são a idade (também aqui, se todos vivermos o suficiente todos teremos OP), o sexo e os factores hormonais (como a baixa dos estrogénios na menopausa ou o défice de testosterona nos homens), a hereditariedade, (que condiciona o pico de massa óssea que atingimos no final da adolescência), a alimentação (leite e derivados), alguns medicamentos como os corticoesteroides e a heparina, a actividade física e alguns hábitos nocivos como o álcool e o tabaco.
Para além da quantidade de osso, onde hoje podemos influenciar, também a qualidade do osso é relevante. As quedas, e o risco delas, constituem outro factor adicional, de destaque nos idosos. E por terem menor equilíbrio, reflexos, força muscular e de visão, podem ainda, com a polimedição e o uso excessivo de tranquilizantes, ver agravado o seu risco de quedas.
Mesmo em casa, onde um terço das fracturas ocorrem, devemos iniciar a prevenção removendo barreiras e tapetes que escorregam nas habitações (casas de banho!) de pacientes em risco.
Como Prevenir?
A marcha é um excelente meio de prevenir a perda de massa óssea, melhora a massa muscular e a coordenação dos movimentoso. O exercício físico é uma óptima maneira de aumentar a massa óssea durante a infância e a adolescência.
Na mulher, em que a massa óssea se deteriora no período da menopausa, a OP ocorre por isso quinze anos mais cedo do que no homem. Uma estratégia adequada deve por isso ser equacionada com o ginecologista na fase da pré menopausa, avaliando factores de risco e, se indicado, medindo a massa óssea por densitometria óssea, o único método que permite medir e diagnosticar a OP.
As medidas gerais devem seguir a modificação dos factores de risco que atrás mencionei e que são já hoje bem conhecidos pela maioria dos médicos.
A terapêutica nos casos indicados deverá ser equacionada com os especialistas e tida sempre como uma estratégia de longo prazo.
Os suplementos de cálcio e vitamina D fazem parte de quase todos os esquemas de tratamento. Os bifosfonatos são, hoje, a pedra de toque da maioria dos doentes, quer nas formas oral ou injectável. Os análogos dos estrogénios (raloxifeno) representam uma alternativa no tratamento e na prevenção da fractura vertebral das mulheres postmenopausa, com aumento significativo da massa óssea também a nível cortical (fémur).
A terapêutica hormonal de substituição, os anabolizantes, a calcitonina, e o flúor podem ser alternativas em casos seleccionados tendo em vista os efeitos secundários dos dois primeiros e os resultados contraditórios dos dois últimos.
Recentemente, foi aprovado o Teriparatide, uma paratormona (PTH) muito eficaz na osteoporose refractária. Consta de um tratamento único por via subcutânea durante dezoito meses. A sua utilização em Portugal está prejudicada por aguardar comparticipação...
Também aprovado para o tratamento da osteoporose o Ranelato de Estrôncio com um mecanismo de acção proposto, actuando quer por inibição da reabsorção quer estimulando a osteoformação.
Muito recentemente foi aprovado pela FDA e pela EMEIA, estando já comercializado nos EUA, Suiça, França e Itália entre outros, o Ibandronato, um bifosfonato oral, de administração mensal, com boa eficácia, tolerância e maior comodidade na toma. Como os anteriores, aguarda comparticipação do Serviço Nacional de Saúde.
No Futuro?
No futuro, há a possibilidade de os ensaios clínicos, já em curso virem a demonstrar eficácia na prevenção das fracturas, do ácido zoledrónico. Uma injecção endovenosa anual! Aguardemos.
Se quiser mais informações pode contactar as duas associações existentes em Portugal. A APOROS (Associação Nacional Contra a Osteoporose) e a APO (Associação Portuguesa de Osteoporose).
Fonte: Jornal do Centro de Saúde
As fracturas podem ocorrer na coluna, levando à típica imagem da mulher ou homem curvados para a frente, mas também nas costelas, no punho e na anca. São aliás estas últimas as responsáveis pela mortalidade acrescida nesta doença, que a coloca como 12ª causa de morte nos EUA onde 1 200 000 fracturas osteoporóticas ocorrem todos os anos.
Só na Grã-Bretanha estimam-se em 220 000 o número de fracturas anuais por osteoporose, das quais 45 000 são da anca.
Para lhes dar uma noção mais exacta citarei dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que estima só em fracturas da anca, a nível mundial, um aumento desde 1990, de mais de um milhão e seiscentos mil casos. Atingirá o valor astronómico de mais de seis milhões de fracturas em 2050 se, entretanto, não se encontrarem estratégias preventivas adequadas.
Em Portugal, o risco de uma mulher ter uma fractura por osteoporose ao longo da vida é de 30%, sendo que metade é de fracturas do fémur.
Cerca de metade das mulheres com mais de 50 anos terão uma fractura ao longo da vida devido à osteoporose, (mais frequentemente na coluna)!
Factores de Risco
Os principais factores de risco para a OP são a idade (também aqui, se todos vivermos o suficiente todos teremos OP), o sexo e os factores hormonais (como a baixa dos estrogénios na menopausa ou o défice de testosterona nos homens), a hereditariedade, (que condiciona o pico de massa óssea que atingimos no final da adolescência), a alimentação (leite e derivados), alguns medicamentos como os corticoesteroides e a heparina, a actividade física e alguns hábitos nocivos como o álcool e o tabaco.
Para além da quantidade de osso, onde hoje podemos influenciar, também a qualidade do osso é relevante. As quedas, e o risco delas, constituem outro factor adicional, de destaque nos idosos. E por terem menor equilíbrio, reflexos, força muscular e de visão, podem ainda, com a polimedição e o uso excessivo de tranquilizantes, ver agravado o seu risco de quedas.
Mesmo em casa, onde um terço das fracturas ocorrem, devemos iniciar a prevenção removendo barreiras e tapetes que escorregam nas habitações (casas de banho!) de pacientes em risco.
Como Prevenir?
A marcha é um excelente meio de prevenir a perda de massa óssea, melhora a massa muscular e a coordenação dos movimentoso. O exercício físico é uma óptima maneira de aumentar a massa óssea durante a infância e a adolescência.
Na mulher, em que a massa óssea se deteriora no período da menopausa, a OP ocorre por isso quinze anos mais cedo do que no homem. Uma estratégia adequada deve por isso ser equacionada com o ginecologista na fase da pré menopausa, avaliando factores de risco e, se indicado, medindo a massa óssea por densitometria óssea, o único método que permite medir e diagnosticar a OP.
As medidas gerais devem seguir a modificação dos factores de risco que atrás mencionei e que são já hoje bem conhecidos pela maioria dos médicos.
A terapêutica nos casos indicados deverá ser equacionada com os especialistas e tida sempre como uma estratégia de longo prazo.
Os suplementos de cálcio e vitamina D fazem parte de quase todos os esquemas de tratamento. Os bifosfonatos são, hoje, a pedra de toque da maioria dos doentes, quer nas formas oral ou injectável. Os análogos dos estrogénios (raloxifeno) representam uma alternativa no tratamento e na prevenção da fractura vertebral das mulheres postmenopausa, com aumento significativo da massa óssea também a nível cortical (fémur).
A terapêutica hormonal de substituição, os anabolizantes, a calcitonina, e o flúor podem ser alternativas em casos seleccionados tendo em vista os efeitos secundários dos dois primeiros e os resultados contraditórios dos dois últimos.
Recentemente, foi aprovado o Teriparatide, uma paratormona (PTH) muito eficaz na osteoporose refractária. Consta de um tratamento único por via subcutânea durante dezoito meses. A sua utilização em Portugal está prejudicada por aguardar comparticipação...
Também aprovado para o tratamento da osteoporose o Ranelato de Estrôncio com um mecanismo de acção proposto, actuando quer por inibição da reabsorção quer estimulando a osteoformação.
Muito recentemente foi aprovado pela FDA e pela EMEIA, estando já comercializado nos EUA, Suiça, França e Itália entre outros, o Ibandronato, um bifosfonato oral, de administração mensal, com boa eficácia, tolerância e maior comodidade na toma. Como os anteriores, aguarda comparticipação do Serviço Nacional de Saúde.
No Futuro?
No futuro, há a possibilidade de os ensaios clínicos, já em curso virem a demonstrar eficácia na prevenção das fracturas, do ácido zoledrónico. Uma injecção endovenosa anual! Aguardemos.
Se quiser mais informações pode contactar as duas associações existentes em Portugal. A APOROS (Associação Nacional Contra a Osteoporose) e a APO (Associação Portuguesa de Osteoporose).
Fonte: Jornal do Centro de Saúde
Comentários