| ser feliz...


ser feliz é...

"ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história."

#augustocury

levei algum tempo a compreender o quão fácil é, uma pessoa, "afundar-se" na sua auto-comiseração. foi o que aconteceu a mim.

há cerca de dezoito anos, a minha vida começou a desmoronar-se. tudo aquilo que tinha conseguido erguer... caiu por terra. uma doença crónica, degenerativa e incapacitante é diagnosticada (tardiamente) e tudo mudou.

foi difícil compreender, aceitar e aprender a viver com a ideia que, além de ter uma doença complicada, esta iria piorar... até ficar incapacitada!

e o meu trabalho? o planos que tinha para a minha vida? e... o meu sonho de ser mãe?

durante dois meses, não fiz outra coisa senão, chorar.

até que resolvi ir à luta! voltei estudar: entrei na universidade e entreguei-me "de corpo e alma", ao meu curso. contudo, faltava muitas vezes. ficava a maior parte do tempo, acamada. as dores aumentavam, à medida que o ano passava, à medida que os estudos exigiam mais dedicação. não desisti. continuei até ao fim desse ano lectivo.

foi, então, que me apercebi que não conseguiria continuar nesse ritmo. passei todo o ano, em casa, a estudar. não saía, senão para ir às aulas. porém, não consegui fazer alguns exames (os exames finais decorrem no verão e esta estação do ano era a mais complicada, para mim... são crises seguidas de crises). quando esse ano lectivo terminou, revi os últimos meses e cheguei à conclusão que estava na hora de parar.

se já me encontrava debilitada psicologicamente, com esta decisão, a depressão tomou conta de mim. desistindo do curso, desisti da vida... andava no mundo por andar.

mas... com a preciosa ajuda de uma pessoa que, sem me aperceber, entrou na minha vida e no meu coração, reencontrei a vontade de viver. mostrou-me como lidar com esta doença (ele já tinha passado por algo semelhante), como procurar viver o dia a dia... e, o mais importante, incentivou-me a procurar a cura!

a cura? mas esta doença é incurável! pois, mas a doença dele também era e, não obstante, ele conseguiu que entrasse em remissão. eu dizia-lhe que jamais conseguiria... estava tão cansada, tão fraca... tudo, em mim, pedia para continuar quieta. mas, ele não desistiu enquanto eu não "acordei do sono" em que eu estava imersa.

e, conseguiu.

movida de uma esperança e de uma força renascidas, em mim, pesquisei, li muitos livros, procurando soluções para esta doença. encontrei muita informação, da qual eu não tinha qualquer conhecimento.

os médicos são, na sua grande maioria, uns prepotentes. querem a informação somente para eles... para se sentirem mais poderosos, talvez? não sei... só sei que é assim.

ninguém me explicou o que é a espondilite anquilosante, o que é muito grave! quem tem ea necessita, obrigatoriamente, de fazer mudanças no seu estilo de vida, de modo a atrasar a evolução da doença. por isso, o direito à informação!

além de não me terem fornecido qualquer informação sobre a ea, os médicos só me prescreveram fisioterapia e medicamentos. tomava 13 comprimidos por dia... e as dores? mantinham-se, claro. quando me falaram nos biológicos, tremi. alguém da anea (associação nacional da espondilite anquilosante), relatou-me a sua experiência e foi assustadora. decidi, nesse momento que, por pior que fosse o quadro, jamais optaria por esse caminho.

felizmente, temos a Internet. posso afirmar que, se não fosse pela pesquisa on-line, jamais teria conhecido o dr. ebringer, jamais teria compreendido a importância de uma reeducação alimentar, por exemplo.

imediatamente, iniciei o planeamento da minha auto-cura: dieta, suplementos, exercício físico, higiene mental para uma boa saúde emocional, tratamentos alternativos... e coloquei em prática.

onze anos passaram, desde que modifiquei o meu modo de vida e a prova em como essa decisão de ser feliz, de me tornar autora da minha própria história, está aí. está em mim.

se estou curada? o que é a cura? sim, ainda tenho alguns episódios de dor, principalmente, no verão ou nas mudanças bruscas de temperatura. se as minhas emoções se descontrolarem, se estiver muito tempo sem fazer exercício físico, a rigidez invade o meu corpo. e existem alguns ingredientes, aos quais sou extremamente sensível, como a cebola, o alho, o tomate, os pimentos, as ervilhas, os lacticínios, as especiarias... questão que se resolve muito facilmente: não ingerindo esses ingredientes (não posso comer nada que não tenha sido preparado por mim ou segundo as minhas instruções e está tudo bem!).

os resultados dos meus exames de diagnóstico estão normais (à excepção das sequelas, anteriormente, existentes) e o meu reumatologista não entende como reverti aquele quadro clínico tão grave. mas, a conquista mais importante foi, indubitavelmente, ter alcançado a serenidade que, acredito, nunca tive (nem mesmo, antes da doença). e, se em momentos de crise, posso desesperar (porque quando dói, dói, definitivamente), sinto, no meu íntimo, que "isso também passa" - e isso, é tudo 

então, posso dizer que sim, que me considero-me curada.

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